Deixa eu te contar que eu senti que, no continuente africano o coração bate diferente… como um tambor que primeiro incomoda aos ouvidos, mas que depois te envolve num rítmo contagiante.
E a praça principal de Marrakesh? Ahhh essa é um vulcão em erupção. É quente, faz barulho e de início te dá medo, mas você quer estar lá perto só para com os olhos poder acreditar que tudo aquilo está mesmo acontecendo.
Um passeio pelo mercado é como uma caminhada em direção ao desconhecido. Percorrer um caminho com destino certo a se perder na imensidão de cores, cheiros e sons.
Photo: Gustavo Toledo
Photo: Gustavo Toledo
Deixa eu te contar do suco de laranja, do couscous e do tajine servido em prato de barro tão quente que traz pra dentro da gente, o calor que sentimos na pele. Azeitonas embebeadas em azeite prensado, frango e limão, kafta cozinhada lentamente com vegetais e uma variedade de saladas. Graças a fusão entre Bérberes e Árabes, um jantar a moda Marroquina é uma explosão de sabores e aromas.
Photo: Gustavo Toledo
Photo: Gustavo Toledo
Deixa eu te contar que uma hora você pára de perguntar o nome deles, porque a partir do terceiro você já percebe que mais da metade se chama Mohamed. Mas aí no último dia você encontra um senhorzinho que tem o coração no sorriso e cujo nome que tem o tom da alegria – Sulalah. Su-la-lah. E você soletra assim sorrindo e quer abraçar esse senhorzinho que te mostra a cidade com toda a vivacidade de quem tem orgulho do que é seu. E ao ser questionado sobre quantas esposas tem, te responde calmamente: “Eu só tenho um coração. Como poderia eu ter mais de uma?”
Photo: Juliana Spinardi
Deixa eu te contar que o Sol de Marrocos se poe no teu coração toda vez que penetra nos teus olhos.
Deixa eu te contar da areia do deserto, que como uma mãe que recebe o filho que estava longe, te abraça, te faz tirar o sapato e te faz correr, pular, deitar e rolar como se te fizesse criança de novo.
E foi durante esta brincadeira que eu descobri o porque de entre nós não haver mais tantas estrelas e que se eu fosse uma, também teria fugido para iluminar a paz e o silêncioso encanto do deserto. Cederia minha luz somente àquele povo de alma simples, coração grande e sorriso solto. Eles, o povo Bérbere, que escolheram como riqueza, ter um véu de estrelas sobre a cabeça e o calor das dunas sob os pés e são felizes, porque sabem que não precisam de mais nada além disso.
Photo: Gustavo Toledo
Photo: Gustavo Toledo
Photo: Gustavo Toledo
Photo: Gustavo Toledo
Deixa eu te contar que não sou mais a mesma pessoa desde que voltei de lá. Se antes tinha vontade de cruzar fronteiras, hoje tenho desejo, ânsia. A sede que havia em mim pela contemplação e interação com novas culturas só aumentou. Passei a observar o mundo através da retina da alma. Esta que não encherga diferença entre raças ou credos, mas sim um único povo vivendo em um mundo grande demais para serem iguais.
“O mundo é grande demais para nascer e morrer no mesmo lugar”
Photo: Gustavo Toledo
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Netania Gomes
Netania Gomes 
Netânia, querida, faço minhas as suas palavras. Você consegui expressar, lindamente, o que vai permanecer para sempre em nossa alma. Sentimentos e vivências que falaram e continuam falando em nossos corações. Eu quero aproveitar e agradecer, primeiramente à Deus e a todos, que assim tornaram possível vivermos esta incrível experiência. Me apaixonei por este povo, que nos recebeu com tanto amor. Deixa eu te contar, que também não sou mais a mesma desde de que voltei de lá. Estou emocionada. Um beijo, do tamanho do mundo para você e a todos lindinhos do grupo, que estavam conosco. Foi um prazer enorme conhecê-los.
Realmente o Marrocos encanta! Foi uma da viagens mais legais que já fiz! Eu acho…rsrsrs…Se eu tiver a chance de voltar, eu volto, só pra ver o nascer do sol no deserto!